Às vezes, quando caminho triste e com a cabeça cheia de problemas e confusões, é quando começo a perceber como nossa rotina diária é fútil e sem paixões. Por que as pessoas complicam tanto nossa vida? Por que para a maioria é preferível fazer de cada vida um inferno? Um inferno banhado em orgulho, outro inferno banhado em fofocas, corrompendo a divindade da alma. Um imenso deserto de cumplicidades. Um labirinto perdido de banalidades. Frio e metálico como a ponta ameaçadora de uma lança, absolvendo os culpados e amaldiçoando os inocentes, num frenesi impetuoso e sarcástico, às vezes sequer notado, por aquele mesmo que sentenciou o destino de um condenado. São nessas horas frias e solitárias que mesmo estando numa metrópole, no meio de seres semelhantes a mim sinto-me sozinha e não lhes tenho confiança. E assim é difícil divisar a esperança que a cada dia está mais longe do fim, como um caminho escuro e um chão mole, que insiste em impregnar-se por toda a área. E sigo caminhando solitária, até que vejo o sol escondendo-se na linha do horizonte, a noite cai silenciosa e as estrelas iluminam a minha senda. Afinal não sou nada! Não tenho nada! Não possuo nada! Exceto a minha própria alma...! Dona das minhas verdades e das minhas mentiras, dona do meu amor e do meu ódio, dona da minha paixão e da minha frieza...
Sim, sou dona de todas as minhas sensações, de todos os meus pensamentos, de todos os meus momentos, vividos nos extremos das minhas emoções. Quem te MERECE não te faz chorar, quem GOSTA cuida, o que está no "passado" tem motivos para "não" fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os "amigos ainda se contam nos dedos." Aos poucos você percebe o que vale a pena.